sábado, 1 de dezembro de 2012

Tablets de graça na Etiópia distribuidos pela MIT para que crianças aprendam sozinhas


Guilherme Felitti




O que você esperaria ao distribuir centenas de tablets em inglês, sem qualquer instrução ou manual, para crianças analfabetas na África? Pesquisadores do MIT e do Global Advocacy resolveram tirar a dúvida na prática no começo do ano. Em maio, 40 tablets Xoom, da Motorola, foram distribuídos a crianças de duas aldeias na Etiópia. Cada um deles tinha uma compilação de games, livros, quadrinhos e filmes, todos em inglês, língua não dominada pelas crianças. A única lição dada foi para usar o carregador solar que energiza os tablets.
Sete meses depois do início do experimento, os pesquisadores encontraram crianças que tinham aprendido sozinhas o alfabeto em inglês. Elas escreviam as letras na tela sensível a toque e, instruídas pelos aplicativos, repetiam o som de cada uma delas. A auto-alfabetização observada pelos dois grupos é polêmica. Afinal, repetir o desenho ou o som das letras não significa que as crianças podem ler – e entender – um texto qualquer.
“Mas se uma criança pode aprender a ler, ele ou ela pode ler para aprender. Se estas crianças puderem ler, digamos, como um estudante da terceira série em 18 meses, isto seria transformador”,escreveu Nicholas Negroponte, pesquisador do MIT e mentor do projeto. Negroponte é um nome conhecido quando se fala na interação entre tecnologia e educação. Em 2005, ele propôs um laptop exclusivo a alunos de países pobres que custasse apenas 100 dólares.
Chamado XO, o laptop nunca ficou tão barato como o desejado – seu preço estava próximo a US$ 180. O problema foi de escala. A One Laptop per Child, grupo responsável pelo projeto, planejava atingir os 100 dólares vendendo milhões de laptops para países em desenvolvimento – Brasil, inclusive. Mas os pedidos não vieram e a OLPC foi forçada a deixar de lado o plano megalomaníaco de estar em todas as salas de aula dos países pobres. O foco foi alterado para projetos menores em países como Uruguai, Madagascar e Uganda. No total, 2,5 milhões de laptops vêm sendo usados em 40 países.
O teste na Etiópia é uma mudança radical nos conceitos defendidos pela OLPC. Leia mais

Via: http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com

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