segunda-feira, 31 de março de 2014

ALTERAÇÕES NOS UNIFORMES DO EXÉRCITO BRASILEIRO 2014


 




























Fonte: www.sgex.eb.mil.br > sirinoseg.blogspot
 
Portarias em que constam as referidas alterações:
 
PORTARIA N º 158, DE 6 DE MARÇO DE 2014.
Altera, inclui e revoga dispositivos no Regulamento de Uniformes do Exército (R-124)
 
 
PORTARIA N º 159, DE 6 DE MARÇO DE 2014.
Inclui e altera dispositivos do Regulamento de Uniformes do Exército (R-124)
 
 
PORTARIA N º 160, DE 6 DE MARÇO DE 2014.
Inclui, altera e revoga dispositivos do Regulamento de Uniformes do Exército (R-124)
 
PORTARIA N º 161, DE 6 DE MARÇO DE 2014.
Inclui e altera dispositivos do Regulamento de Uniformes do Exército (R-124)
 
 
Publicadas no Boletim do Exército Nr 11/2014, de 14 de março de 2014.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Ministério da Defesa abre documentos confidenciais sobre OVNI

De 7 de fevereiro de 2013
image OVNI ODia
Francisco Edson Alves e Marco Aurelio Reis
A abertura de arquivos secretos das Forças Armadas, com relatos de militares que supostamente avistaram Objetos Voadores Não Identificados, será discutida hoje no Ministério da Defesa, em Brasília. A assessoria de imprensa do ministério confirmou que representantes da Marinha, Exército e Aeronáutica debaterão procedimentos administrativos para cumprir a Lei de Acesso à Informação. Devido ao grande número de pedidos para a divulgação de documentos sobre óvnis, o assunto será colocado em pauta.

“Isso é resultado da Carta de Foz do Iguaçu, assinada por cerca de 500 pessoas durante o 4º Fórum Mundial de Ufologia, em dezembro, solicitando a abertura de documentos confidenciais. Essa luta começou em 2004, mas até agora só a Força Aérea vem cooperando com divulgação de registros relativos a discos voadores”, afirmou o ufólogo Marco Antônio Petit, um dos mais conhecidos do Brasil.

A convocação para a reunião interna de hoje foi feita no dia 22 de janeiro, através de carta encaminhada pelo secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso. Na correspondência, ele menciona a “singularidade da matéria” e a criação de uma comissão de investigação mista — com ufólogos, cientistas e militares, “para exame das eventuais manifestações do fenômeno UFO (óvnis em inglês)”.

De acordo com Petit, a maior parte dos relatos colocados à disposição pela Aeronáutica é referente à rotina operacional do controle de tráfego aéreo. O DIA teve acesso a alguns desses relatórios. Dois deles são descritos por militares no Rio de Janeiro.

No dia 7 de novembro de 2000, conforme o documento 365/1472 do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Condabra), um militar garante ter avistado, de sua aeronave, às 23h, um objeto de luz branca em Santa Cruz, na Zona Oeste. Em outro relato, segundo documento 65 C, do mesmo órgão, dois militares dizem ter visto “várias luzes vermelhas caindo como gotas de um ponto branco” e em deslocamento, por volta de 0h50 do dia 2 de maio de 2001, em Jacarepaguá.

MUDANÇA DE COR E DE POSIÇÃO

Uma das transcrições intrigantes é a gravação feita pelo tenente do Centro de Tecnologia da Aeronáutica, Ari Flávio de Souza, de uma conversa entre pilotos de um voo da Varig com agentes da torre de controle de Curitiba, na noite de agosto de 2003. Um dos pilotos da aeronave, que seguia para São Paulo, relata, atônito, que estava avistando um objeto não identificado. “Não dá para saber o que é…Tá voando paralelo à gente…Agora, mais alto… Tá piscando…Agora tá parado… Na subida tava vermelho, agora está branco…”. “Tentamos todos os meios, mas não conseguimos identificar nenhuma aeronave”, respondeu funcionário da torre.


FONTE: O Dia
A abertura de arquivos secretos das Forças Armadas, com relatos de militares que supostamente avistaram Objetos Voadores Não Identificados, será discutida hoje no Ministério da Defesa, em Brasília. A assessoria de imprensa do ministério confirmou que representantes da Marinha, Exército e Aeronáutica debaterão procedimentos administrativos para cumprir a Lei de Acesso à Informação. Devido ao grande número de pedidos para a divulgação de documentos sobre óvnis, o assunto será colocado em pauta.

“Isso é resultado da Carta de Foz do Iguaçu, assinada por cerca de 500 pessoas durante o 4º Fórum Mundial de Ufologia, em dezembro, solicitando a abertura de documentos confidenciais. Essa luta começou em 2004, mas até agora só a Força Aérea vem cooperando com divulgação de registros relativos a discos voadores”, afirmou o ufólogo Marco Antônio Petit, um dos mais conhecidos do Brasil.

A convocação para a reunião interna de hoje foi feita no dia 22 de janeiro, através de carta encaminhada pelo secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso. Na correspondência, ele menciona a “singularidade da matéria” e a criação de uma comissão de investigação mista — com ufólogos, cientistas e militares, “para exame das eventuais manifestações do fenômeno UFO (óvnis em inglês)”.

De acordo com Petit, a maior parte dos relatos colocados à disposição pela Aeronáutica é referente à rotina operacional do controle de tráfego aéreo. O DIA teve acesso a alguns desses relatórios. Dois deles são descritos por militares no Rio de Janeiro.

No dia 7 de novembro de 2000, conforme o documento 365/1472 do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Condabra), um militar garante ter avistado, de sua aeronave, às 23h, um objeto de luz branca em Santa Cruz, na Zona Oeste. Em outro relato, segundo documento 65 C, do mesmo órgão, dois militares dizem ter visto “várias luzes vermelhas caindo como gotas de um ponto branco” e em deslocamento, por volta de 0h50 do dia 2 de maio de 2001, em Jacarepaguá.

MUDANÇA DE COR E DE POSIÇÃO

Uma das transcrições intrigantes é a gravação feita pelo tenente do Centro de Tecnologia da Aeronáutica, Ari Flávio de Souza, de uma conversa entre pilotos de um voo da Varig com agentes da torre de controle de Curitiba, na noite de agosto de 2003. Um dos pilotos da aeronave, que seguia para São Paulo, relata, atônito, que estava avistando um objeto não identificado. “Não dá para saber o que é…Tá voando paralelo à gente…Agora, mais alto… Tá piscando…Agora tá parado… Na subida tava vermelho, agora está branco…”. “Tentamos todos os meios, mas não conseguimos identificar nenhuma aeronave”, respondeu funcionário da torre.

FONTE: O Dia > aereo.jor.br

General Heleno não é (nem pode) ser candidato, nem está filiado a partido político.

Postagem do blog montedo, no dia 2 de março:

General Heleno não é (nem pode) ser candidatoSegundo informação da jornalista Tahiane Stochero, do G1, o general Augusto Heleno não está filiado  a nenhum partido político. Portanto, está impedido legalmente de ser candidato a qualquer cargo nas próximas eleições. O prazo final para a filiação dos futuros candidatos encerrou em 5 de outubro do ano passado. Por estar na reserva, o general não goza da prerrogativa concedida aos militares da ativa, dispensados de filiação partidária, aos quais basta a indicação em convenção para que possam concorrer.
Entrevista com o general, publicada ontem pelo Ricardo Setti, da Veja:

EXCLUSIVO: General Augusto Heleno informa que não será candidato a presidente nem a outro cargo, que não é filiado a partido político, diz que pregar a volta dos militares é “estupidez” e que o ´”único caminho” para o Brasil é a democracia
General Augusto Heleno: defesa da democracia e da manutenção dos militares fora da política. "A ideia de um Partido Militar é um absurdo", diz (Foto: Agência Brasil)
General Augusto Heleno: defesa da democracia e da manutenção dos militares fora da política. “A ideia de um Partido Militar é um absurdo”, diz (Foto: Agência Brasil)
O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, primeiro comandante dos mais de 6 mil militares de diferentes países que integraram o contingente inicial da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) e ex-comandante Militar da Amazônia, informou ao blog que não é filiado a nenhum partido, que não pretende se filiar e que não é candidato à Presidência da República ou a outro cargo político qualquer.
“Uma candidatura à Presidência sem uma forte estrutura partidária por trás seria uma aventura”, assinala o general, objeto do interesse de um grande número de brasileiros que cogitam de sua disputa ao Planalto em outubro próximo. “E o país não comporta mais aventuras depois da Presidência de Fernando Collor [1990-1992]“.
Para o general, a opção de filiar-se a um partido de menor projeção e, depois, precisar sair à procura de recursos para financiar uma campanha, “de pires na mão”, significaria “acabar assumindo compromissos que mais tarde precisarão ser pagos, e isto não é comigo”.
Pergunto se não lhe interessaria candidatar-se a senador ou a deputado futuramente (uma vez que, não tendo filiação partidária, não poderia concorrer em outubro próximo):
– Veja bem, isso não levaria a nada. É difícil ter uma participação mais significativa dentro de um quadro político em que as coisas já estão delineadas. Do jeito que a coisa está montada, uma só pessoa que pretenda alterar o atual estado de coisas vai acabar morrendo de desgosto ou, por ingenuidade, ou desconhecimento, ser envolvido em algo negativo.

E acrescenta:
– Não há salvadores da pátria. O problema do país é acertarmos em termos de escolha. É algo de formação das pessoas, de muito longo prazo. Nossa democracia está consolidada, mas me preocupa o fato de que a juventude em geral, o que inclui seus melhores quadros, está muito afastada da participação na política. Há muita gente que tem condições intelectuais e de formação e pode contribuir para o país mas não é cooptada pela política. A estrutura atual é perversa, e precisa ser mudada em profundidade.

Pergunto sobre os supostos 5,6 milhões de votos que determinada pesquisa indicaria que alcançaria caso concorresse ao Planalto:
– Esses supostos 5,6 milhões de votos apareceram em reportagem da revista IstoÉ. Não sei de onde tiraram esse número. Se isto for verdadeiro, é fruto do que pude contribuir com meu trabalho no Exército, é produto, talvez, da generosidade com que meus ex-comandados espalharam minhas eventuais virtudes. De todo modo, embora tudo seja muito desvanecedor para mim, 5,6 milhões de votos não são nada num colégio de 130 milhões de eleitores.

Para o general, “pregar a volta dos militares” ao poder — como alguns têm feito — “é estupidez”:
– Alguém que pense assim e esteja a meu favor quer, na verdade, me empurrar para o buraco. Ter essa postura é afrontar tudo o que foi conquistado em muitos anos. O único caminho para o país — está comprovado — é a democracia. É inimaginável se controlar a liberdade das pessoas. O único caminho de fortalecimento e desenvolvimento para o Brasil é a democracia.

Qual seria sua opinião sobre um certo “Partido Militar Brasileiro”, que está sendo fundado?
– É um absurdo. Quando os militares tiverem vínculo com algum partido político estaremos perdidos. Essa ideia é absurda.

Pretende declarar apoio público a algum candidato a presidente, no primeiro ou no segundo turno?
– Não vou apoiar publicamente nenhum candidato, nenhum me comove. Prefiro ficar como espectador.

O general se diz muito satisfeito com suas tarefas como diretor de Educação Corporativa e de Comunicações do Comitê Olímpico Brasileiro. “Trabalho com algo que sempre me fascinou — a educação, o ensino”. Conta que também tem feito palestrar por vários Estados brasileiros, em geral sobre três temas — liderança, a Amazônia e o problema do Haiti.
– Faço as palestras, mas não tenho coragem de cobrar. Faço de graça.

Fonte > Veja/montedo.com

Quadro Especial: Deputado Pimenta encaminha carta para Presidenta Dilma em defesa da ampliação da legislação

Reconhecido pela classe como a principal liderança dos militares do Quadro Especial no Congresso Nacional, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) segue com ações em defesa da classe. Nesta quarta-feira (25), Paulo Pimenta protocolou junto ao Palácio do Planalto uma carta para a Presidenta Dilma Rousseff com a finalidade de sensibilizar o Governo Federal sobre a necessidade de ampliação da legislação sancionada em outubro de 2013.

Na carta, conforme relatou Pimenta, foi sugerido que o Poder Executivo Federal promova ajustes na legislação, contemplando o efetivo da reserva, que não foi beneficiado com a nova lei. O parlamentar gaúcho ressalta que o Governo já demonstrou preocupação com a classe ao apresentar um projeto para atualizar o Quadro e agora com uma análise técnica pode aperfeiçoar ainda mais a legislação. “Sabemos das dificuldades orçamentárias, mas devido ao assunto tratar de uma das classes mais esquecidas dentro das Forças Armadas, insistimos na análise da matéria por parte do Governo Federal. Tal atitude é uma forma de reconhecer os bons serviços prestados por estes militares ao País. Lembro que os militares do Quadro Especial, que representam o povo brasileiro nas Forças Armadas, são exemplos de dedicação e empenho dentro das unidades militares em todo o Brasil”, destacou Pimenta.

No documento, Pimenta reconhece os esforços dos governos Lula e Dilma em assegurar mais justiça social ao povo brasileiro, principalmente para quem mais precisa. Por isso, segundo Pimenta, também foi proposto uma análise na legislação em vigor com intuito de viabilizar avanços aos militares do Quadro Especial da Aeronáutica e Marinha, que apresentam situação semelhante e não tiveram suas legislações atualizadas.


Fonte: paulopimenta.com.br  > montedo

terça-feira, 25 de março de 2014

‘Ocupar a Maré não será difícil’, diz general que comandou ação do Exército no Alemão

Com a experiência de quem ajudou a planejar a ocupação do Alemão, o general da reserva Fernando José Sardenberg diz que agora o Exército já tem expertise em favelas

General Fernando Sardemberg comandou a Força de Paz no Complexo do Alemão Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo (9-12-2010)
General Fernando Sardemberg comandou a Força de Paz no Complexo do Alemão Gabriel de Paiva / Agência O Globo (9-12-2010)
Vera Araújo varaujo@oglobo.com.br
O que os militares do Exército podem fazer durante a vigência das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO)?

A GLO é constitucional e nos garante o trabalho de polícia. Para atuar numa comunidade, é importante grupamento de força, um efetivo grande, uma companhia, uma batalhão. Nós fazemos treinamentos regularmente. Temos capacidade de manter a ação o tempo que for preciso, ficar por lá. Pela GLO, podemos patrulhar, fazer revistas e efetuar prisões. Na época do Alemão, conseguimos um mandado de busca coletivo, o que permitiu que entrássemos em qualquer casa. Isso dificilmente é concedido, porém é fundamental, pois o bandido pode constranger as famílias na tentativa de se esconder das forças de pacificação. Mas o mais importante foi que as pessoas, ao verem a seriedade do trabalho, permitiam que revistássemos. É preciso criar uma relação de confiança.

Como estabelecer esta confiança?

Criamos um Disque-Denúncia próprio e estávamos sempre reunidos com moradores, igreja e a sociedade civil. Fazíamos patrulhas dia e noite, todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados. Só o Exército tem esta capacidade. Tínhamos também uma equipe de controle de danos. Se, por exemplo, uma das nossas viaturas encostasse no muro de uma casa, mandávamos consertar na hora. A população precisa ter confiança para que haja continuidade no trabalho. A colaboração é algo que tem que ser conquistada pelas forças de pacificação.

É mais difícil ocupar a Maré do que o Alemão?

Difícil não é. A complexidade maior vem da ausência do estado durante anos nas comunidades. Todos os comandantes da Força de Pacificação que passaram pelo Alemão produziram um trabalho que deu origem a um relatório de 600 páginas. Então, já temos a expertise. O Alemão tinha uma topografia que dificultava o patrulhamento. Já a Maré é plana e já tem locais de apoio, como o 24º Batalhão de Infantaria e o quartel do Bope.

Como deverá ser o planejamento da operação na Maré?

A primeira coisa que tem que ser regulado é o que o governo quer de nós. No início das ações do Alemão, o pedido foi o cerco. Depois evoluiu para a ocupação e pacificação. Tem que entrar com um efetivo grande, de 3 a 4 mil homens. Antes de ocupar, é preciso fazer um trabalho de planejamento e inteligência, com fotos aéreas da região e informações de lá de dentro. Depois é dividir a região por áreas de comando. Quando planejamos o policiamento nos complexos do Alemão e da Penha, criamos cinco bases em cada uma destas regiões. Depois disso, é patrulhar todos os becos e vielas. Na minha época, não ficou um metro quadrado sem ser revistado.

Fonte> Corpo a corpo (O Globo)/montedo.com

Viva os militares! Complexo da Maré terá um militar para cada 55 moradores.

Complexo da Maré terá um militar para cada 55 moradores

Índice é sete vezes maior que a média do estado, de 369 habitantes por policial
No complexo de 15 favelas, com 130 mil habitantes, ação será intensa com presença de um agente para cada 55 moradores. No estado, relação é de um PM para cada 369 pessoas
Foto:  Carlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia
Christina Nascimento , Felipe Freire , Herculano Barreto Filho e Vania Cunha
Rio - O pedido de socorro do estado ao governo federal para enfrentar os criminosos responsáveis pelos ataques em série a bases de UPPs acabou resolvendo outro entrave na segurança pública: a pacificação da Maré, que se arrastava há três anos. O governador Sérgio Cabral confirmou ontem que o Exército vai ocupar o conjunto de favelas no caminho do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).
O complexo de 130 mil habitantes terá, a partir do dia 5, um militar para proteger cada grupo de 55 moradores. O número corresponde a 2.400 agentes, sendo dois mil do Exército e 400 do Batalhão de Campanha da Polícia Militar. No estado, a proporção é de um PM para 369 habitantes.
A decisão de ocupar a Maré foi tomada após reunião com o chefe do Estado- Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a medida não tem relação com os recentes ataques às UPPs.

Um dos obstáculos para a pacificação, segundo fontes da PM, era a falta de efetivo. Para evitar novos ataques, as áreas de UPPs foram reforçadas pela própria PM, mas a solução definitiva não foi anunciada.
“A resposta é o avanço do processo de pacificação. Não há relação com os ataques. Isso já estava programado. E se eles (traficantes) resistirem, vamos continuar avançando. Não há ligação com a Copa, pois a Copa vai embora e a Maré continua”, disse Beltrame. No segundo semestre, a Maré também ganhará a sua UPP, como anunciou o ministro Cardozo.

A ocupação será realizada em duas fases. A primeira, neste domingo, terá agentes dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque, do 22º BPM (Maré) e da Polícia Rodoviária Federal. A ação contará com blindados da Marinha, o que depende do Ministério da Defesa. Inicialmente, haverá uma varredura para preparar o terreno para o Exército. Nesta fase, a PM vai fazer incursões e revistas para prender criminosos e apreender armas e drogas. Também serão cumpridos os mandados de prisão expedidos para criminosos da região. A PM realizará ainda operações em outros pontos do estado, para evitar a fuga de bandidos.

Pelo planejamento decidido em reunião ontem no Comando Militar do Leste, as tropas do Exército devem entrar no complexo uma semana depois, em 5 ou 6 de abril. Os militares serão divididos em quatro batalhões, mas a localização das bases não foi definida. Eles virão de batalhões de Infantaria e Paraquedista. O comando da ação não definiu se a tropa virá de fora do estado.
A PM vai formar um Batalhão de Campanha para auxiliar a tropa verde-oliva no reconhecimento de área e com informações da inteligência. O efetivo da PM será remanejado de diversas unidades para atuar na Maré. No entanto, como o Exército atuará com a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), toda e qualquer ação de outras forças terá que ser autorizada ou acompanhada pela força militar.
Sérgio Cabral e o general José Carlos de Nardi se reuniram ontem com Pezão, José Eduardo Cardozo e Beltrame, para decidir a ocupação
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia
GLO: opção quando todos os recursos se esgotam
Para que as Forças Armadas ocupem a Maré é necessário, primeiramente, que a presidenta Dilma Rousseff autorize o ato numa publicação no Diário Oficial da União. De acordo com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, não se trata de um decreto, mas de uma ‘exposição de motivos’.
O manual do emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi elaborado a partir de experiências adquiridas a Rio+20 e a ocupação do Complexo do Alemão. O documento determina que o uso de tropas federais ocorre em caráter excepcional, quando, por exemplo, foram esgotadas as estruturas de segurança pública estadual para proteger a população e o patrimônio.

A atuação da tropa tem que ser por tempo e espaço definidos, o que será estabelecido na publicação de Dilma. Nada, no entanto, impede que, vencido o prazo, a permanência seja estendida para nova data. No ano passado, o manual foi alvo de polêmica, o que resultou numa edição revisada no mês passado. A mudança ocorreu porque a primeira redação indicava que movimentos sociais poderiam ser considerados "forças oponentes".
Será a primeira vez que vai ocorrer o emprego das Forças Armadas após atualização no texto. Desta vez, a redação descreve Agentes de Perturbação da Ordem Pública, os APOPs, como pessoas ou grupos cuja “atuação momentaneamente comprometa a preservação da ordem pública ou ameace a incolumidade das pessoas e do patrimônio.”

Moradores têm medo de ficar no meio do fogo cruzado
Há apenas um mês, um morador do Parque União, no Complexo da Maré, ouviu um estouro por volta das 5h da manhã. Mais tarde, a mulher dele encontrou uma cápsula usada numa operação policial de combate ao tráfico. É exatamente esse tipo de situação que temem os moradores da região, às vésperas da chegada das tropas militares.
Diretor do Observatório de Favelas, Jailson de Souza e Silva tem uma preocupação, compartilhada por boa parte dos moradores que se acostumou a conviver com tiroteios entre policiais e traficantes: o medo de ficar no meio do fogo cruzado.

“A gente não sabe o que pode acontecer quando se usa força militar em território urbano. Os soldados são preparados para a guerra, para enfrentar o inimigo e matar. A vida dos moradores precisa ser respeitada e não pode ser moeda de troca para combater a criminalidade”, comenta.
Jailson alerta para uma possível tentativa de fazer com que os moradores fiquem subordinados aos militares. “Esse controle de território deve ser feito para garantir a segurança. Não é para controlar os moradores”, adverte.
A comunicadora comunitária Renata Guilherme teme que as Forças Armadas não saibam lidar com os moradores. “Os militares foram treinados para a guerra. Será que vão saber lidar com a população?”, questiona.
X., um jovem de 16 anos que mora na Vila dos Pinheiros, teme que o Exército repita práticas que ele relata ter presenciado em operações policiais desde a infância.

“Quando começam a dar tiros, não dá pra ficar em pé. Todo mundo tem que se abaixar. A polícia, quando entra aqui, é para oprimir. Às vezes, não é nem um tiro. É um tapa na cara, um pé na porta, um xingamento... O medo é que isso volte a acontecer agora, com os militares na comunidade”, afirma X.
Entretanto, ele vê um lado positivo com a entrada do Exército: a possibilidade de circular por todas as favelas da região. “Aqui, tem traficantes de diferentes facções. Quem é da Baixa do Sapateiro não anda pela Nova Holanda. O Exército vai facilitar a circulação dos moradores. Mas isso não basta. A minha mãe tem 60 anos e precisa caminhar por 40 minutos para pegar um ônibus. A gente quer transporte público, calçadas asfaltadas e saneamento básico”, reivindica.
Foto:  Arte O Dia

Projeto inspirado na ocupação do Alemão
A operação definida ontem foi traçada nos mesmos moldes da ocupação desencadeada em 2010 no Complexo do Alemão. Naquela ocasião, depois que a PM saiu, o Exército ocupou a área por dois anos, até a instalação de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs). Hoje, a PM reunirá os chefes de quatro Comandos de Policiamento de Áreas (CPAs), para fechar os detalhes da ação.

Uma das principais diferenças é que na Maré não serão expedidos mandados de busca e apreensão coletivos. A experiência foi criticada no Alemão.
Especialistas ressaltam que a mudança de estratégia do governo do Rio, que foi pediu um auxílio e trouxe outro, não ficou clara. “Se não revelarem informações da iminência de uma guerra na Maré ou a necessidade da ocupação em momento de crise em outras áreas, pode dar a impressão de que é um instrumento eleitoral. A Rocinha e o Alemão estão próximos de perder o controle. E o reforço nestas áreas contribuiria para consolidar o projeto”, analisou o ex-capitão do Bope, Paulo Storani.

O conjunto de 15 favelas é dominado por duas facções criminosas e por milicianos, sendo a maior parte controlada pelo Terceiro Comando Puro (TCP), que não é a mesma quadrilha que predomina nas áreas em que as UPPs foram atacadas recentemente. O ministro informou que não há prazo para as tropas federais saírem e não descartou a ajuda a outras comunidades. “Do ponto de vista estratégico e tático, é fundamental. Temos um plano de segurança para a Copa e o Brasil está preparado”, explicou Cardozo.

Já para o governador, a estratégia pode estar ligada “direta ou indiretamente” aos ataques e a retomada da Maré beneficiará a competição de junho. “É próximo ao Aeroporto do Galeão e por lá passam as linhas Vermelha e Amarela e a Av. Brasil. A população não quer mais criminosos circulando como se a comunidade fosse território deles.”
Desde a semana passada, as polícias ocupam a Nova Holanda e o Parque União, na Maré; os morros do Chapadão, em Costa Barros, e Juramento, em Vicente de Carvalho.

Fonte> O Dia/montedo.com

domingo, 23 de março de 2014

Militares do RS devem compor primeiro contingente da missão no Líbano

Militares de Santa Maria devem fazer missão em Guerra no Líbano

Militares devem ir para o Haiti e depois Líbano. Foto: Divulgação
Militares devem ir para o Haiti e depois Líbano. Foto: Divulgação
redacao@extrasm.com.br
Quase 600 militares de Santa Maria estão cotados para enfrentar uma guerra no Líbano. Mesmo que a possibilidade ainda não esteja 100% concluída, é bem provável que um grande contingente militar tenha que se deslocar para uma missão de Paz junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
Antes de desembarcarem no Líbano, militares devem passar por uma fase de treinamentos no Haiti, onde o exército brasileiro já está em missão de paz no país caribenho.
Desde 2011, a marinha brasileira já marca território próximo ao Líbano, já que uma fragata impede entrada de armas no país. A princípio os militares podem ser deslocados em 2015. Mas ainda não há data para confirmação.
Ao todo devem ser quase 900 militares que vão para o Haiti em dezembro deste ano, quase 600 são da cidade e outro de Rosário do Sul, Uruguaiana, Alegrete e Santa Cruz do Sul. O contingente deve ficar até um ano no Haiti.

Fonte > #extra!/montedo.com

quarta-feira, 19 de março de 2014

Conheça o site que rastreia em tempo real os aviões do mundo inteiro

Para ver o rastro que ele percorreu até agora, entre outras informações

Se você tem algum familiar que costuma viajar muito a negócios e gostaria, de alguma forma, poder acompanhar a viagem até que essa pessoa chegue ao destino escolhido, o site Flightradar24 pode rastrear esse avião e mostrá-lo no mapa, para que você acompanhe cada milha que o avião percorre, tudo em tempo real.
Os aviões aparecem na tela em amarelo e se movimentam em tempo real

Como funciona?

Esse rastreamento de cada voo só é possível graças a um equipamento chamado ADS-B, que deve estar instalado no avião. Hoje, aproximadamente 60% da frota comercial mundial possui esse equipamento instalado e uma pequena parte dos aviões militares e particulares também conta com a tecnologia.

Ao acessar o site, é possível ver um mapa do Google Maps com todos os aviões que possuem a tecnologia. Se você clicar em algum avião, é possível obter outras informações sobre o voo, como o rastro que ele percorreu até o momento, a companhia aérea a que o avião pertence, a origem e o destino do voo, o modelo do avião, a altitude e velocidade em que ele está, entre outras informações.
Fonte: supredownload

Tabela dos soldos dos militares em 2013 ,2014, 2015


Fonte > Montedo

Força da ONU no Líbano, Brasil planeja envio de soldados para área

Tropas da Unifil no Líbano (AFP)
Tensões na fronteira entre Líbano e Israel levaram à criação da Unifil, em 1978
O Brasil planeja o envio de tropas do Exército para serem incorporadas à missão de paz das Nações Unidas no sul do Líbano, junto à fronteira com Israel, já no primeiro semestre de 2015. A informação foi obtida com exclusividade pela BBC Brasil de fontes militares no Brasil e no país árabe.

De acordo com as fontes, que pediram para que seus nomes não fossem revelados, o governo libanês já foi informado pela ONU que entre 300 a 400 soldados brasileiros devem desembarcar no sul do país para se juntarem às tropas da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês) no próximo ano.Oficialmente, o Ministério da Defesa brasileiro disse à BBC Brasil que tem conhecimento do assunto, mas que o envio das tropas ainda está em análise e que ainda não há uma decisão final sobre o tema.
Mas um oficial da Marinha Brasileira que serve a Unifil no Líbano disse que "as tropas chegam no primeiro semestre de 2015 e serão enviadas para a base militar onde atualmente também está o contingente espanhol. Eles ficarão na região das Fazendas de Chebaa, no sul do Líbano".
Segundo o oficial, os militares brasileiros serão entre 300 a 400 soldados e oficiais vindos do 19º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz) de São Leopoldo e um batalhão de blindados da 6ª Brigada de Infantaria Blindada de Santa Maria, ambos do Rio Grande do Sul.
Desde 2011, o Brasil já comanda uma força naval da ONU no Líbano e contribui com uma fragata que, juntamente com outras embarcações de vários países, patrulha a costa libanesa para evitar a entrada ilegal de armas pelo mar.
Mas esta seria a primeira vez que o país mandaria tropas terrestres para o Oriente Médio desde os anos 50, quando o Brasil participou de forças de paz da ONU na fronteira entre o Egito, na península do Sinai, e Israel.

'Pressão'

"A ONU vinha pressionando o Brasil para que enviasse suas tropas terrestres ainda este ano, mas o governo recusou alegando que precisa de seus contingentes para ajudar na segurança na Copa do Mundo, maior treinamento específico e que haverá ainda eleições, incluindo a presidencial", completou o oficial.
No início de 2013, já circulava na imprensa brasileira a informação (admitida pelo Ministério da Defesa) de que ONU e Brasil conversavam sobre o envio de militares brasileiros ao Líbano.
Na época, a ideia da ONU, no entanto, era de que o Brasil enviasse um batalhão no segundo semestre de 2014. Mas estudos do Exército concluíram que soldados só poderiam chegar ao Líbano no primeiro semestre de 2015, após a Copa do Mundo. Durante o evento, os militares estarão envolvidos em diversas ações de defesa e segurança.
De acordo com o oficial, a ordem do Alto Comando Militar e do governo foi de manter o assunto em "caráter sigiloso por ainda ser um tema sensível mandar militares brasileiros a um terreno instável e perigoso como o Líbano, especialmente por causa da guerra na vizinha Síria".
Uma portaria de número 164 do Estado-Maior do Exército (EME), datada de 15 de agosto de 2013, já dava o pontapé inicial para a escolha dos batalhões e treinamentos e aprovava "a diretriz para as atividades de planejamento para a hipótese de integrar missões de paz sob a égide das Nações Unidas no Oriente Médio com um Batalhão de Infantaria de Força de Paz".
Um alto oficial do Exército libanês no Ministério da Defesa confirmou à BBC Brasil que a ONU já informou o Líbano de que o Brasil deve enviar em breve um contingente militar terrestre ao país.
"É de praxe a ONU informar ao Líbano (quais são) os países que mandam tropas e embarcações à Unifil. Há uma pressão para que o efetivo da Unifil tenha mais soldados desde que a Espanha e França retiraram parte de seus contingentes", explicou o militar libanês.
Em 2013, a Espanha retirou a metade dos mais de mil soldados no Líbano devido à crise financeira que assola o país. A França também reduziu sua presença na Unifil, mas mantém 838 soldados no sul libanês.
"A presença do Brasil seria para suprir quase o número das tropas espanholas que foram retiradas da base no sul", salientou o oficial.
O militar também confirmou que a tendência é de que as tropas brasileiras fiquem nesta base da Unifil, juntamente com o contingente espanhol. A base, segundo ele, é a segunda maior da Unifil, perdendo em tamanho para o quartel-general da força em Naqoura, na costa sul libanesa junto à fronteira com Israel e que serve de base do comando da Unifil.

Estudos de batalhões

Outra fonte, que trabalha no Ministério da Defesa em Brasília, também disse à BBC Brasil que em 2013 o Brasil já havia iniciado as tratativas com a ONU para o envio de suas tropas, mesmo ano do anúncio da Espanha de retirada de parte de seu efetivo.
Um oficial do quartel do 19º BIMtz, em São Leopoldo, admitiu à reportagem da BBC Brasil que o envio dos batalhões gaúchos ainda passa por estudos sigilosos no âmbito do Alto Comando Militar e Ministério da Defesa.
"Existe sim que a grande possibilidade do 19ºBIMtz ser o escolhido pelo fato de ser um dos batalhões de pronto-emprego do Exército".
Segundo ele, que já esteve em missões de paz no exterior, cerca de "80% das tropas do 19º BIMtz já estiveram em missões no estrangeiro", tornado-o um dos batalhões de maior experiência e capacidade para missões da ONU.
O batalhão gaúcho já esteve na forças de paz no Haiti, no Timor Leste e Angola, além de participar das operações de pacificação das favelas no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com o oficial, o 19º BIMtz se prepara atualmente para trabalhar na Copa do Mundo, já que Porto Alegre será umas cidades-sede do torneio de futebol."
"Mas tão logo haja a confirmação oficial da missão, faremos um direcionamento dos esforços, mediante um minucioso planejamento específico já que uma missão de paz no Líbano tem novas peculiaridades", explicou.
No entanto, outro oficial do batalhão de São Leopoldo revelou que os treinamentos visando o Líbano já estariam sendo preparados, tão logo termine a Copa no Brasil, na metade de julho.
"A decisão técnica (da escolha do 19º BIMtz) já está tomada, mas ainda assim é uma decisão do Ministério da Defesa e do Estado-Maior do Exército. Tudo pode mudar de acordo com uma decisão política interna deles".
Mas segundo ele, o Exército Brasileiro não teria muitas alternativas, já que conta apenas com a Brigada de Operações Especias, sediada em Goiás, uma Brigada de Paraquedistas no Rio de Janeiro, além de outras tropas especiais, mas todos com utilidades específicas como em terrenos de selva.
"Com pessoal preparado e disponível para esta missão, só (temos) o 19º BIMtz e os Fuzileiros Navais da Marinha, mas o contingente deles é pequeno", enfatizou o militar.
De acordo com ele, há sim uma possibilidade de que a ida de militares do Exército brasileiro se dê em breve, já que os estudos correm em segredo sobre os batalhões a serem enviados. Leiam mais...
Fonte > BBC Brasil http://www.bbc.co.uk/

segunda-feira, 17 de março de 2014

EUA avisam que entregarão controle da internet

Recém-atingido por causa da espionagem via internet que tem promovido contra o mundo todo, o governo dos Estados Unidos anunciou que está disposto a entregar o controle da rede a uma entidade global.
Na sexta-feira, 15, o Departamento de Comércio informou que convocará "as partes envolvidas em todo o mundo para refletir sobre os caminhos" que levarão seu país a passar o Icann para frente. É esse órgão, que fica na Califórnia, o responsável por administrar a distribuição de domínios. E ele está submetido ao Departamento de Comércio dos EUA.
O presidente do Icann, Fadi Chehadé, disse à AFP que a decisão é bem vinda, ainda mais porque ajudará a entidade a se desvincular de uma imagem estritamente ocidental. "Convidamos todos os governos, o setor privado, a sociedade civil e os órgãos relacionados à internet em todo o mundo para que se juntem a nós para implementar esta fase de transição", convocou, em comunicado.

Fonte > olhardigital

Experiência vivida no Exército faz jovem desistir de matrícula após passa em 16 vestibulares

Sonho faz jovem desistir de matrícula após passar em 16 vestibulares
Estudante desistiu de cursar faculdades federais pelo sonho de ser médico.
Jovem descobriu que queria medicina ao fazer parto em favela no Rio.

Mariane Rossi
Do G1 Santos
Um estudante de Santos, no litoral de São Paulo, foi aprovado em 16 vestibulares mas, por causa de um sonho, desistiu de fazer a matrícula em todos eles. Aos 23 anos, José Paulo de Assis Andrade foi aprovado, neste ano, em cursos de algumas das universidades mais concorridas do país. Mas, na última hora, após ter prestado todos os vestibulares, o jovem relembrou uma história do passado e decidiu fazer medicina.
Andrade se formou no Ensino Médio e passou a servir o Exército Brasileiro, no Batalhão de Infantaria Leve, em São Paulo. Ele acabou entrando na vida de militar porque não sabia qual carreira gostaria de seguir. A decisão também era uma forma de ajudar nas despesas de casa. Ele, porém, não sabia que o Exército Brasileiro traria experiências que passaria a lembrar para sempre, inclusive um caso em específico que mudaria sua vida.
Em 2011, o exército estava auxiliando os trabalhos de Pacificação do Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. José Paulo estava entre as equipes que realizam o trabalho de patrulha em todo o morro da Penha. No meio da missão, os soldados se depararam com uma mulher em trabalho de parto, passando mal nas escadarias da favela. Eles levaram a gestante para uma casa tomada pelo Exército, que era utilizada anteriormente por traficantes de drogas. Em alguns minutos, José Paulo chegou ao local e foi direcionado para a missão de realizar o parto da moça. “Todo mundo que foi para a missão sabia que eu tinha dado instruções de primeiros socorros para o pessoal. Quando ela começou a ter contrações mais fortes eu comecei a fazer os procedimentos. Improvisamos um colchão, busquei alguma coisa para esterilizar o canivete que eu tinha, coloquei uma luva e comecei os procedimentos. Fiz o parto sem condição nenhuma. Cortei o cortão umbilical com canivete, preservei a parte intima dela com um pano de chão comprado na vendinha da frente e ela estava deitada em um colchão. Deu tudo certo. Levamos o bebê para o hospital e fizeram os outros procedimentos. Depois, fomos ver ele, vimos eles saindo do hospital. Foi um menino, João Gabriel”, conta ele.
Depois da experiência, ele soube que seu maior desejo era ser médico, poder realizar partos como aquele e ajudar vidas. Assim que voltou da operação de Pacificação no Rio de Janeiro, ele quis se desligar do Exército Brasileiro. Logo depois, entrou em um cursinho pré-vestibular em Santos, onde começou a estudar para fazer os testes e cursar medicina.
Para poder pagar os estudos, José Paulo teve que arranjar um emprego. ”Saí do batalhão, mas não pensei como eu ia me manter financeiramente porque minha família não tem condições. Fiz um curso de barman para poder trabalhar nos fins de semana e manter o cursinho e as inscrições para os vestibulares”, conta. Após um ano de dedicação, ele prestou dois vestibulares, mas não teve o desempenho necessário para entrar em uma faculdade. Mesmo assim, continuou os estudos.
Universidade Curso
1. UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro Biologia
2. UFG – Universidade Federal de Goiás Biologia
3. IFRN – Instituto Federal do Rio Grande do Norte Biologia
4. CEUCLAR Biologia
5. UEG – Universidade Estadual de Goiás Biologia
6.UFMA – Universidade Federal do Maranhão Biologia
7. UNB – Universidade Federal de Brasília Ciências Naturais
8. UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná Biologia
9.UCSAL – Universidade Católica de Salvador Enfermagem
10. UFF – Universidade Federal Fluminense Enfermagem
11. UFSJ – Universidade Federal de São João del-Rei Enfermagem
12. UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul - ENFERMAGEM Enfermagem
13. UFPR – Universidade Federal do Paraná Fisioterapia
14. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina Zootecnia
15. UEAP – Universidade Estadual do Amapá Engenharia Ambiental
16. UNIFESP Ciências
José Paulo de Assis Andrade mostra a lista de vestibulares em que foi aprovado (Foto: Mariane Rossi/G1)
José Paulo de Assis Andrade mostra a lista de vestibulares em que foi aprovado (Foto: Mariane Rossi/G1)
No fim deste ano, João Paulo prestou 19 vestibulares e conseguiu passar em 16, sendo que a maioria deles era para estudar em faculdades públicas. Para ele, o bom desempenho é resultado de dedicação. “Eu estudava bastante, tinha todo um planejamento. Todas as matérias que a gente teve no dia a gente tinha que estudar no dia para não acumular e não deixar nada para trás. Também depende da metodologia da pessoa. E tem que ter um tempo para descanso”, afirma.
Em várias universidades, ele conseguiu passar utilizando a nota do Enem. “No ano passado a minha nota do Enem foi mediana. Neste ano, a minha nota aumentou 90 pontos”, diz. José Paulo recebeu a nota 670 na prova e 720 na redação do Enem.

O jovem ficou muito contente com o resultado dos vestibulares e pôde escolher entre uma grande variedade de universidades, em várias partes do país. Ele passou em sete faculdades para cursar Biologia, quatro em Enfermagem e uma em Ciências Naturais, Ciências do Mar, Zootecnia, Engenharia Ambiental e Fisioterapia. Porém, não passou direto em nenhuma das três faculdades de Medicina. Por isso, mesmo tendo passado em 16 vestibulares, José Paulo decidiu que não irá cursar nenhuma faculdade neste ano. “Eu prestei os vestibulares. Se não desse para eu entrar em Medicina, eu ia fazer um deles. Pensei que quando eu entrasse na faculdade de Medicina eu ia matar matérias. Sempre que eu passei, eu conversei com meus professores e eles falaram para eu ficar mais tempo no cursinho para estudar mais para medicina”, explica.
José Paulo ainda tem esperanças, já que está na lista de espera das três faculdades de Medicina. Enquanto isso, ele faz um curso de radiologista para se manter financeiramente, além do emprego de barman. “Se eu passar em medicina, mesmo em outra cidade, eu sendo radiologista, eu vou poder trabalhar nos fins de semana. Também já falei no meu emprego, vou trabalhar mais, ganhar um pouquinho melhor e poder viajar mais para fazer os vestibulares”, diz.
Enquanto isso, o jovem não larga os estudos. Segundo ele, o foco neste ano serão as disciplinas da área de exatas, que é o seu ponto fraco. “Eu vou prestar todos os vestibulares que aparecerem. Se tiver medicina eu vou prestar. Vou focar em medicina. Eu tenho 23 anos, para entrar em medicina é cedo, mas para a vida, para a sociedade é tarde. Eu me cobro muito. Eu queria estar trabalhando, estabilizado, como eu estava no batalhão, que eu tive que largar. Isso eu sinto falta. Mas eu aprendi a gostar de estudar”, afirma.
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