quinta-feira, 6 de março de 2014

Farsa - Brincadeira de mau gosto provoca atropelamento e morte de Rachel

Brincadeira de mau gosto provoca atropelamento e morte de Rachel

O mascarado e Rachel
Cenas impressionantes!

Mas é tudo falso. São apenas efeitos especiais.

Brincadeiras de mau gosto sempre existiram, mas depois que emissoras de TV começaram a mostrar situações e acidentes supostamente engraçados parece ter havido proliferação delas e muitos dos vídeos apresentam acidentes de verdade.

A queda do preço de filmadoras e os sítios de hospedagem de vídeos completam as facilidades e o acesso a eles possibilita a filmagem de pegadinhas, practice jokespranks e mais brincadeiras de mau gosto. Programas de edição de imagens como o After Effectsfacilitam o trabalho de diretores e produtores.

O vídeo, à primeira vista, é chocante. Tanto quanto uma cena de atropelamento mostrada no cinema ou na TV. Ocorre que no Youtube existe enorme quantidade de vídeos que mostram imagens criadas por amadores com situações bizarras, ridículas ou engraçadas e as pessoas consideram que, se não tudo, mas parte significativa do que lá existe é resultado de brincadeira ou coisa de adolescentes e de desocupados pretendentes ao rótulo de cineasta.

Não é bem assim, pois lá se encontra muito material importante.

Além do mais, as pessoas veem o filme em casa ou na folga do trabalho e geralmente elas estão sozinhas na frente do computador. Numa situação dessas, o susto parece aumentado tanto quanto aquela famosa apresentação em .pps que termina com uma bruxa gritando.

É assustador, sem dúvida.

O fato de o filme estar na Internet, de estar no Youtube, pode iludir pessoas mais crédulas e conduzi-las à falsa ideia de que se está lá, então é verdadeiro. E isso é falso.
Palavras da atriz Cindy Vela que interpreta Rachel, a vítima.
"No dolls were used and I can't say exactly how we did it, but I did have to lay on top of and underneath the car. I have to applaud the special effects team for creating it so realistically, but I do have to say that the first time I saw it I was shocked. And if you got emotional in any way (saddened, cried, angered, scared, laughed) then I did my job as an actress."
Traduzindo (com ajuda de um translator :)
"Não foram usados bonecos e eu não posso dizer exatamente como nós o fizemos, mas eu tive que me colocar em cima e embaixo do carro. Eu tenho que aplaudir a equipe de efeitos especiais para criar algo tão realista, mas eu tenho a dizer que a primeira vez que vi o vídeo fiquei chocada. E se você também ficou, então eu fiz o meu trabalho como atriz."
(http:// ohinternet.com/ Exhibit_B-5)
Veja o vídeo que circula na Internet e é hospedado no Youtube, mas não se impressione tanto assim: o acidente é montado por meio de efeitos especiais do tipo que se vê todos os dias nos cinemas. A rapidez com que as coisas acontecem e a aparente insegurança de quem está com a câmera contribuem para dar um verniz de credibilidade a ele. Esse verniz se esvai com facilidade.

Vejamos.

Girl Dies (a.k.a. Exhibit B-5)

Esta outra versão tem cerca de quatro minutos e meio de duração e mostra como o susto foi preparado.
Cindy Vela é o nome da atriz que interpreta Rachel, a vítima da brincadeira que deu errado. Cindy continua viva, bonita e sem nenhum arranhão. Em breve currículo na página Cindy Vela vê-se uma das cenas do vídeo. A jovem é muito versátil e além de modelo e atriz também é saxofonista.

Alguns detalhes do filme chamam a atenção.
1. Rachel chega em casa, termina de colocar as sacolas sobre o balcão enquanto a câmera se movimenta. O filme tem boa resolução, portanto não se trata de uma microcâmera, e é improvável que Rachel não a visse a menos que fechasse os olhos. Pois é exatamente o que ela faz quando se volta para o mascarado.
Rachel fecha os olhos

2. Veja que a prancha azul projeta sombra sobre a parede, mas a moça flutua sem sombra nenhuma na calçada. Uma fração de segundo antes de o carro bater na jovem ela não projeta sombra, mas o carro sim.
Rachel sem sombra
O atrpelamento de Rachel

3. No momento do atropelamento, Rachel não é jogada nem para frente nem para o alto: ela simplesmente desliza para o lado esquerdo do carro e cai no chão. O carro teria passado sobre o corpo, mas não se percebe nenhum solavanco ou movimento indicando que teria passado sobre a jovem.

4. Na cena em que carro bate em Rachel existe mancha no asfalto, mancha que não existia uma fração de segundo antes.
Carro bate em RachelNão existe mancha no asfalto

5 . O grito deseperado da amiga, que agora se acha responsável pelo acidente, é ouvido no mesmo instante em que o carro bate em Rachel. Não existe nenhum lapso de tempo entre a pancada e o grito e isso não é comum ao se presenciar um acidente. Geralmente, quem o presencia fica sob grande tensão e somente depois de algum tempo é que reage.

6 . O impacto ocorre aos quatro minutos e dezessete segundos do filme (o apresentado pela garota loura) e dez segundos depois, quando a câmera que continua sendo segurada pela amiga se aproxima da vítima, esta já apresenta sangramento pela boca sugerindo que houve hemorragia interna. Não seria um tempo muito curto para que houvesse tanto sangue sobre o asfalto? Não existem ferimentos aparentes na cabeça e no braço.

7. Nem ao presenciar a amiga caída no chão a cinegrafista larga a câmera: ela continua focando Rachel.

8. Se o vídeo fosse real, as pessoas envolvidas teriam sido processadas por assassinato ou então por haver criado a situação de risco que teria levado Rachel à morte. O próprio vídeo seria prova da culpa do mascarado e da loura.

E, finalmente,

9. se o vídeo fosse real, não mais estaria no Youtube. A página intitulada Nós aplicamos essas diretrizes esclarece:

"O mundo é um lugar perigoso. Às vezes as pessoas se machucam e é inevitável que tais eventos sejam documentados no YouTube. No entanto, não é legal postar conteúdo violento ou sangrento com a intenção de ser chocante, sensacional ou desrespeitoso."

Kyle Rankim é o diretor e produtor do vídeo e mostra como ele foi atropelado por ele próprio.

Simulação de acidente, semelhante ao de Rachel, mostra como um corpo se comporta ao receber o impacto de um carro a 30 km/h e a 60 km/h. Nos dois casos, o corpo da vítima ficaria caído na frente do carro.


Uma das montagens do filme Girl Dies traz mensagem de alerta que diz mais ou menos o seguinte: antes de fazer uma brincadeira como esta, pense nas consequências.

O filme é sucesso no Youtube e, em suas suas várias versões, já foi visto mais de cinco milhões de vezes.

Em sua página no Facebook Cindy Vela indica os créditos do filme:

Escrito e dirigido por: Kyle Rankin
Efeitos: R. Zane Rutlege
Rachel: Cindy Vela
Sheri (a loura): Mircea Monroe
Mascarado: Corin Nemec


Cindy Vela
, Rachel:
Cindy Vela
Cindy Vela

Mircea Monroe, Sheri
Mircea Monroe
Mircea Monroe

Corin Nemec, o mascarado:
Corin Nemec
Corin Nemec

Conclusão: os produtores usaram efeitos especiais, e deixaram passar também alguns defeitos não muito especiais, para montar a cena do atropelamento. Se o vídeo fosse verdadeiro ele já teria sido removido do Youtube por violação dos termos de uso.
Fonte >  quatrocantos

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