domingo, 28 de fevereiro de 2021

Satélite brasileiro Amazonia 1 é lançado com sucesso e começa a transmitir dados

 Paulo Roberto Bastos Jr

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) anunciou o sucesso no lançamento do Amazonia 1, realizado à 01h54 (horário de Brasília) deste domingo, 28 de fevereiro, a partir do Satish Dhawan Space Centre (SHAR), em Sriharikota, na Índia.
Este é o primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, e fornecerá imagens para o monitoramento ambiental e da agricultura em todo o território brasileiro com uma alta taxa de revisita. Servirá ainda para o monitoramento da região costeira, reservatórios de água, desastres ambientais, entre outras aplicações. Os dados estarão disponíveis tanto para comunidade científica e órgãos governamentais quanto para usuários interessados em uma melhor compreensão do ambiente terrestre. Este satélite também é o primeiro construído a partir da Plataforma Multimissão (PMM), estrutura inovadora desenvolvida pelo INPE, capaz de se adaptar aos propósitos de diferentes missões e, assim, reduzir custos de projetos espaciais.

Transmissão de dados
Apenas 17 minutos após o lançamento, o Amazonia 1 alcançou o destino a 752 quilômetros de altitude da superfície da Terra e começo a transmitir dados.

O satélite
O Amazonia 1 é um satélite de órbita polar que irá gerar imagens do planeta a cada 5 dias. Para isso, possui um imageador óptico de visada larga (câmera com 3 bandas de frequências no espectro visível – VIS – e 1 banda próxima do infravermelho – Near Infrared) capaz de observar uma faixa de 850 km com 64 metros de resolução.
Sua órbita foi projetada para proporcionar uma alta taxa de revisita, tendo, com isso, capacidade de disponibilizar uma significativa quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta. Esta característica é extremamente valiosa em aplicações que necessitem de uma rápida resposta, pois aumenta a probabilidade de captura de imagens úteis em situações de cobertura de nuvens.

Ganhos tecnológicos da missão
A validação da Plataforma Multimissão (PMM) como sistema, gerando confiabilidade e reduções significativas de prazos e custos para o desenvolvimento de futuras missões de satélites baseados na Plataforma Multimissão;

Consolidação do conhecimento do Brasil no ciclo completo de desenvolvimento de satélites estabilizados em 3 eixos, ganhando também maturidade nas atividades de integração e testes de satélites;
Capacitação no subsistema de Controle de Atitude e Órbita e Supervisão de Bordo, a partir da experiência do contrato com transferência de tecnologia com a Argentina;
Desenvolvimento na indústria nacional dos mecanismos de abertura do Painel Solar, que nos satélites da série CBERS foram fornecidos pela China;
Desenvolvimento da propulsão do subsistema de controle de atitude e órbita na indústria nacional, embora utilizando partes adquiridas no exterior;
Capacitação do país na realização de operações iniciais pós lançamento (LEOP);
Consolidação de conhecimentos na campanha de lançamento de satélites de maior complexidade;
Consolidação e aquisição de experiência nas tomadas de decisões e ações em condições críticas de operação;
Aquisição de experiência na execução de operações para encerramento do ciclo de vida da missão.

 


Fonte: Tecnologia&Defesa/montedo.com

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