Por MAURO PERES
A nova onda trará oportunidades para que os CIOs tenham mais influência.
O ano de 2011 marca o que a IDC denomina como o começo da terceira plataforma de crescimento de TI. Essa onda, que deverá prevalecer pelos próximos vinte anos, é formada por quatro ingredientes-chave e disruptivos que estão mudando significativamente a maneira como a TIC será desenvolvida, consumida e vendida.
Tendo na sua ponta a mobilidade e no seu centro os serviços em nuvem, essa nova plataforma conta também com outros fundamentos, como os negócios sociais e o denominado Big Data and Analytics. Por fim, orbitando essa plataforma, e se aproveitando dela, há milhares de soluções verticais de negócios.
Diferentemente da primeira era da TI (mainframes), caracterizada por ter alguns milhões de usuários e algumas milhares de aplicações; e da segunda onda (cliente-servidor), com centenas de milhares de usuários e dezenas de milhares de aplicações; o próximo tsunami comporta trilhões de dispositivos inteligentes, bilhões de usuários e milhões de aplicações.
A nova onda, ao mesmo tempo em que ampliará as oportunidades para que os CIOs tenham mais influência nas organizações, também aumentará a complexidade para gerenciar-se e operar as áreas de TI. A mobilidade é algo que vem gerando um grande aumento de produtividade e de possibilidades.
Mas o efeito colateral dela é a chamada “consumerização de TI”, que está causando muitas dores de cabeça para os gestores da área. É muito difícil controlar e garantir a segurança dos milhares de devices pessoais dos funcionários, que passaram a utilizá-los para rodar aplicações e armazenar dados corporativos.
Cloud computing traz uma linda promessa de aumento de eficiência, produtividade e, em certos casos, redução de custos. Mas há ainda muitas questões não decifradas pelos gestores. Como garantir a segurança na nuvem? Como integrar as plataformas tradicionais com as das nuvens? O barulho ao redor de cloud é tão grande, que muitos presidentes passaram a acreditar que esse conceito seria a solução para todos os problemas de TI de suas empresas. E resta aos CIOs explicar que essa tecnologia não é a panacéia que trará o nirvana tecnológico. Na verdade, os líderes de TI estão com poucas escolhas, uma vez que se eles não trazem a liderança de cloud para a área de TI, certamente os usuários o farão.
Solução ou problema, o fato é que estamos testemunhando um aumento significativo de empresas que já estão usando algum componente de computação na nuvem. Há três anos, menos de 15% das empresas entrevistadas no estudo IT Leaders estavam com algo na nuvem. Neste ano, 35% delas experimentam os benefícios e desafios do uso de cloud computing.
Outro ingrediente que compõe a terceira plataforma é a explosão das redes sociais no mundo doméstico, que passou a invadir massivamente o corporativo. Há três anos, medimos o uso corporativo de redes sociais no estudo. Menos de 20% das empresas a empregavam em 2009. Neste ano, mais da metade das companhias já a adotou para alguma função corporativa. É certo que as iniciativas ainda são limitadas e as corporações estão tateando o conceito para aprender sobre os seus perigos e potencialidades. Mas vemos algumas utilizações mais sofisticadas e TI está sendo convocada a participar desse processo.
Um ponto que chamou a atenção na pesquisa é o fato de as áreas de TI estarem começando lentamente a se tornar mais verdes. Certamente, a questão de sustentabilidade será cobrada cada vez mais das organizações e mais cedo ou mais tarde será item de compliance. A área de TIC estará entre as mais exigidas nesse sentido. É bom ver que boa parte dos CIOs está despertando para isso.
(*) Mauro Peres é country manager da IDC Brasil.
Fonte: http://computerworld.uol.com.br
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