terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Jovens priorizam mídias sociais em vez de salário


Jovens priorizam mídias sociais em vez de salárioTer a liberdade de acompanhar e interagir com a timeline do Facebook ou atualizar o Twitter durante o expediente passou a ser um recurso indispensável no dia a dia dos jovens que estão ingressando no mercado de trabalho. É o que mostra o mais recente estudo global divulgado pela Cisco, empresa de tecnologia com escritório em diversas cidades do mundo. O relatório consultou 2.800 universitários e jovens profissionais com até 30 anos em 14 países, incluindo o Brasil.

A pesquisa mostra que 65% dos estudantes brasileiros consultados consideram a internet um recurso tão essencial quanto água, ar, alimento e moradia. E tem mais: 44% dos brasileiros afirmaram que priorizariam a liberdade das mídias sociais, a flexibilidade de dispositivos e a mobilidade do trabalho em detrimento do salário ao aceitar uma proposta de emprego. Ficou espantado?

Para André Fagundes Pase, doutor em Comunicação Social e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), essa paixão que os brasileiros possuem pela internet já é algo cultural. “É mais do que normal esperar que eles carreguem esse desejo pela tecnologia a todos os âmbitos da vida, inclusive o profissional”, comenta.

De acordo com Pase, os impactos dessa recente mudança comportamental podem ser extremamente vantajosos para as instituições. “As empresas ganham profissionais mais conectados, com outra cabeça, um pouco mais transparentes, com um apetite maior por aprender mais, sem medo de novidades como alguns funcionários mais antigos”, explica.

Por outro lado, é necessário que as companhias revejam suas políticas de conduta e educação para que os funcionários aproveitem a tecnologia da melhor maneira possível no dia a dia corporativo. “É preciso que as empresas invistam em políticas que não sejam vistas como severas (mesmo que sejam regras duras) e aprendam a dar aos superiores um tempo para acompanhar seus funcionários online – o que ainda é raríssimo”, acredita Pase.

De acordo com Ricardo Ogata, gerente de desenvolvimento de negócios da Cisco do Brasil, o uso desse tipo de ferramenta no mundo corporativo tende a aumentar cada vez mais. “Isso traz bastante agilidade para o dia a dia corporativo. O funcionário consegue se comunicar instantaneamente com qualquer pessoa do time, em qualquer lugar do mundo”, explica.

Acesso irrestrito e mobilidade – A necessidade de estar conectado é tão grande, que os jovens acreditam que os dispositivos fornecidos pelas empresas para o trabalho devem permitir o uso pessoal. Ao mesmo tempo, mais da metade dos alunos universitários também deseja acessar as redes corporativas de seus computadores pessoais e dispositivos móveis pessoais.

Três em cada dez estudantes no mundo acham que assim que começarem a trabalhar terão o direito (e não o privilégio) de poder trabalhar remotamente, com um cronograma flexível. Além disso, 90% dos universitários brasileiros acreditam que é desnecessário estar no escritório regularmente, com exceção de uma reunião importante.

Porém, o desejo de estar 24 horas conectado significa assumir uma responsabilidade em relação às próprias ações, sejam particulares ou profissionais. “A rede é só um dos fatores que embaralha as posições pessoais e profissionais”, explica Pase. De acordo com o professor, a explosão de celulares, tablets, smartphones faz com que você não tenha tanto controle da informação. “Se há 20 anos alguém participasse de uma briga no estádio, a situação não iria aparecer em outros meios. Enquanto hoje, acessar o Twitter em uma festa e postar algo sob efeito da bebida pode gerar problemas”, completa.

Portanto, manter qualidade de comunicação, aumento de produtividade e agilidade nos processos da empresa depende da postura que este jovem assumirá diante da liberdade de acesso. “Há uma linha tênue entre liberdade e abuso. Falta de foco nas atividades diárias pode levar a uma dificuldade para entregar resultados. É fundamental que haja equilíbrio em nossas relações interpessoais e atividades” alerta Giuliana Hyppolito, consultora na Cia de Talentos.

Requisitos da Geração Y – Os resultados do estudo indicam que os métodos tradicionais para atrair e reter jovens profissionais também estão mudando por conta das redes sociais e dos dispositivos móveis. Mais da metade dos universitários no mundo todo (56%) afirmou que preferiria não aceitar a proposta de emprego de uma empresa que proibisse o acesso a mídias sociais, sendo que alguns disseram que aceitariam, mas buscariam uma forma de contornar a política corporativa. O índice no Brasil para esta questão foi de 74%.

Além disso, 90% dos jovens brasileiros planejam fazer perguntas, durante as entrevistas de emprego, sobre o uso de mídias sociais. A resposta positiva será um fator determinante para a aceitação da proposta por parte de 53% dos entrevistados.

Esse tipo de plataforma tem sido utilizado inclusive por headhunters para identificar potenciais candidatos a vagas de emprego. “O acesso à informações, interesses e  habilidades através das mídias sociais, ocorre de forma veloz e em tempo real, o que nos garante informações atualizadas dos candidatos”, explica Giuliana. Por isso, tenha cuidado com o que escreve caso tenha colegas de trabalho entre as pessoas de sua rede. “Todo conteúdo pode ser usado contra você e as redes sociais não são o melhor ambiente para discussões profissionais, expressar opiniões sobre o chefe ou colegas de trabalho”, aponta Giuliana. 

Fonte: http://msn.clickcarreira.com.br

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