Imagem: Feijoada Política |
Virgínia Silveira
São José dos Campos (SP) - Sete projetos considerados estratégicos e prioritários para o Exército sofreram alterações em seu cronograma físico-financeiro devido aos contingenciamentos na área de defesa. O Ministério da Defesa informou ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, ter empenhado 88% dos recursos previstos para projetos em 2014, pouco menos de R$ 4 bilhões, mas efetivamente pagou cerca de R$ 1,5 bilhão.
Com a alteração do montante de recursos disponíveis, algumas atividades planejadas, e que exigiam menos recursos, foram antecipadas e completadas em substituição a outras com necessidades de maiores investimentos, informou o Centro de Comunicação Social do Exército (Ccomsex).
Os programas afetados, de acordo com o órgão, incluem o Sistema de Monitoramento da Fronteira (Sisfron), a nova família de blindados sobre rodas Guarani, o veículo lançador de mísseis e foguetes Astros 2020, o programa de proteção das instalações terrestres Proteger, Defesa Antiaérea, Defesa Cibernética e Recuperação da Capacidade Operacional.
Três desses programas - Sisfron, Guarani e Astros 2020 - foram incluídos este ano no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que permitiu que dois deles tivessem uma execução orçamentária de cerca de 99% e o terceiro superior a 86%, segundo o Ccomsex.
Em nota, o Exército informou que o impacto maior dos atrasos no repasse de recursos para os projetos estratégicos se reflete nos prazos de entrega dos resultados, mas ressalta que isso não inviabiliza a execução de nenhum deles.
Segundo o Ccomsex, os recursos descentralizados (não atingidos pelos contingenciamentos) permitem a continuidade de parte do planejamento levando em consideração a importância dos projetos, não apenas para o Exército, mas também pelos benefícios decorrentes da dualidade de emprego (civil e militar), assim como na geração de empregos, aumento de exportações, ampliação da base industrial, entre outros. "O Exército não tem interesse em reduzir o nível tecnológico pretendido em seus projetos, o que está sendo alcançado com a colaboração da indústria nacional e dos seus engenheiros, aliados com o meio acadêmico", informou o órgão.
Quanto ao Sisfron, o Ccomsex explicou que está finalizando o projeto-piloto no Estado do Mato Grosso do Sul, fase considerada importante para a aquisição de experiências e conhecimentos. O sistema completo do Sisfron, avaliado em R$ 11,9 bilhões, envolve uma faixa de 17 mil km que separa o Brasil de 11 países vizinhos e se estende por dez Estados, algo em torno de 27% do território nacional.
O consórcio Tepro, formado pelas empresas Savis Tecnologia e Sistemas e Bradar, ambas controladas pela Embraer Defesa e Segurança, foi escolhido para executar o projeto-piloto, que compreende área de 650 km de fronteira terrestre na faixa que acompanha a divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia. O valor do contrato com a Embraer é de R$ 839 milhões.
A próxima etapa, planejada para 2015, irá estender os três subprojetos do Sisfron, envolvendo sensoriamento remoto, apoio à decisão e apoio à atuação, para a Amazônia e Sul do país. (R.A.)
Fonte > VALOR ECONÔMICO/montedo.com
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