O uso de telefone e internet no Brasil está sujeito a uma série de vulnerabilidades de segurança, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Segundo ele, a internet é controlada por grandes corporações e pelo governo dos EUA, “que têm vinculação contratual privilegiada com a Icann”, responsável pela coordenação mundial do sistema de identificadores exclusivos da internet.
O ministro participou ontem de uma audiência pública no Senado sobre as denúncias de que uma rede de espionagem montada em Brasília pelo governo dos EUA estaria monitorando e-mails e telefonemas de brasileiros.
O ministro afirmou que o governo trata com muito cuidado as informações estratégicas, evitando colocar na internet dados que não podem ser compartilhados. Foi o caso, por exemplo, da descoberta das jazidas de petróleo do pré-sal.
Bernardo relatou uma conversa que teve com o embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon, logo após a denúncia. O embaixador, contou o ministro, negou que o governo norte-americano tenha convênio com empresas sediadas no Brasil que teriam participado do esquema de espionagem.
Paulo Bernardo informou que há apenas 13 servidores-raiz da internet no mundo e eles são supervisionados pela Icann e pelo Departamento de Comércio dos EUA.
Outro problema é o fato de as principais empresas da internet serem dos EUA, submetendo-se à jurisdição daquele país. O armazenamento de dados brasileiros é feito em data centers no exterior.
Paulo Bernardo disse que o governo brasileiro vai insistir, nos foros internacionais, numa governança multilateral da internet, para garantir a preservação dos interesses soberanos de cada país e os direitos dos cidadãos.
A audiência foi realizada pelas Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
FONTE: Jornal do Senado via Resenha do Exército/ Forte.jor
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