Tropas gaúchas fazem operação de guerra para garantir a paz em favelas do Rio de Janeiro
Cerca de 800 militares do RS trabalham para manter a tranquilidade de morros pacificados
Militares gaúchos fazem patrulhamento de dois dos maiores complexos de favelas da América Latina
Foto: Luís Eduardo Silva / Agencia RBS
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LUÍS EDUARDO SILVA
luiseduardosilva@rbstv.com.br
Enquanto a maioria das pessoas que vai ao Rio busca sossego e cenários paradisíacos, os 1,6 mil militares – metade deles gaúchos – trabalham para garantir o sossego de moradores em cenários diferentes.
A operação em dois dos maiores complexos de favelas da América Latina é de guerra, mas o objetivo é garantir a paz.
Foram milhares de patrulhamentos desde a chegada dos militares, em 2010. Mas cada subida do morro é diferente e, por isso, orientações são repassadas todos os dias. Os militares estão organizados em duas bases, a da Coca-Cola, uma antiga fábrica de refrigerantes no morro do Alemão, e a base da Penha, onde funcionava um parque.
A formação das tropas varia muito, dependendo do trabalho. Por vezes, são quatro motocicletas, dois Marruás – tipo de caminhão usado para carregar militares e com força suficiente para encarar as ruas íngremes dos morros – e mais um carro blindado. Em outras, apenas os Marruás escoltados por motocicletas fazem o trabalho.
A subida do morro é tensa. Sob o olhar desconfiado dos moradores, os militares percorrem ruas estreitas, entre casebres, becos e ruelas. Muitas vezes, é preciso passar pela calçada. A rua não foi feita para receber carros, não há espaço para a viatura.
— Todo o planejamento é feito para garantir a paz para a população. Estamos na rua o tempo todo, fazemos patrulhamento dia e noite para manter a paz. Essa é nossa missão aqui — diz o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante da Força de Ocupação.
Os dois complexos estão pacificados, mas isso não significa que o tráfico tenha sido extinto do morro. Em uma das patrulhas, em um beco, os militares encontram embalagens plásticas com etiquetas coladas. Nelas, a inscrição com o nome da facção criminosa, o preço e o tipo de droga vendida.
— Sabemos que o tráfico permanece, mas não é aquela coisa ostensiva como antes. Você não vê mais o traficante na rua, vendendo. O comércio de drogas é para uso da própria comunidade. Gente de fora dificilmente vem buscar drogas aqui no morro — afirma o major Tiago Kanomata, que e costuma registrar as incursões nos morros com uma câmera acoplada ao capacete.
ZERO HORA/montedo.com
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