Realmente a defasagem salarial tem modificado os hábitos dos militares brasileiros. Recentemente soubemos de problemas enfrentados por alguns que tentam economizar o dinheiro da passagem indo de bicicletas para o quartel. A reportagem publicada pelo jornal O DIA diz:
"(...) punição ao pessoal que chega ao quartel de bicicleta sendo “beneficiário” do adicional que custeia passagens. O caso acontece em uma respeitada sede de comandos, na Zona Oeste do Rio. Os homens, do batalhão de elite deixaram de receber o auxílio-transporte que custeava todas as passagens de transporte coletivo de forma integral. No lugar, deveriam receber o cartão do Bilhete Único, que garante custo menor por representar tarifa de integração. Uma praça conta: “Lá, até o setor de inteligência está mobilizado para informar quem recebe o dinheiro e vai para quartel de bicicleta ou carona. Quem é descoberto, é punido. Como se já não bastasse a remuneração baixa”, conta outro praça.
Em quarteis situados nas proximidades de áreas residenciais alguns podem até ir de bicicleta, como é o caso de Belém do Pará e zona oeste do Rio de janeiro, mas na maioria dos casos os militares residem a mais de vinte quilômetros de onde prestam serviço a nação brasileira.
Os militares do Rio de janeiro normalmente tem que estar nos quartéis por volta das 07:30 da manhã, alguns mais cedo. Principalmente por residirem a mais de trinta quilômetros do centro do Rio, na zona Oeste e baixada fluminense, dependem da Avenida Brasil - eternamente engarrafada. Para chegar a tempo alguns ainda mantém o costume de ir para o trabalho de automóvel, se revezam com amigos, economizando combustível e diminuindo o número de carros nas vias públicas. Contudo, um fenômeno interessante tem ocorrido, o aumento rápido do número de motocicletas nos estacionamentos dos quartéis. Muitos militares tem trocado seus automóveis por motocicletas de baixa potência.
Esta situação parece ser uma tendência a ser mantida, segundo pesquisas publicadas em SociedadeMilitar.com este ano os graduados, caso não haja reajuste, devem perder em média 200 reais mensais em seus pagamentos, ja que a inflação 2012 está projetada para mais de 5%.
Apesar de ser meio perigoso é o jeito, diz um sargento. "Sem a moto tinha que acordar às 4 da manhã para chegar a tempo na OM, moro em Comendador Soares. Com a moto gasto cerca de oito reais para ir e voltar, de carro seria muito mais, e de ônibus fica difícil. Sair de casa as quatro e pouco e chegar as nove ou dez da noite não dá pra agüentar. A prestação de uma motocicleta 150 cilindradas usada está na casa dos 150 reais, é a única coisa que dá para pagar."
Fonte: http://sociedademilitar.com
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