Solidariedade: militares brasileiros nas ações humanitárias no Haiti
Os militares brasileiros da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) que estavam no país em janeiro de 2010 participaram em ações humanitárias após o terramoto que matou mais de 300 mil pessoas.
"Todas as atividades previstas anteriormente foram mantidas. O patrulhamento continuou a ser realizado para a segurança da população. Houve, no entanto, uma intensificação nas ações humanitárias, para reforçar a assistência", afirmou o coronel de infantaria Eduardo Tura.
O coronel, que na época era o chefe da Seção de Pessoal do Batalhão de Infantaria de Força de Paz/ 11º Contingente afirmou que a maior dificuldade dos soldados após o terramoto foi o contacto com as suas famílias, devido às precárias condições infraestruturais.
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No dia do terramoto, há cinco anos, 1.266 militares brasileiros estavam no Haiti - 18 deles e três civis da mesma nacionalidade morreram na tragédia. Eduardo Tura relatou que o sismo afetou a sede das tropas brasileiras, com a queda de um muro lateral. Cinco militares ficaram feridos no local.
Imagem: Último Segundo |
"Os primeiros dois a três segundos do tremor lembraram a passagem de um grande guindaste de engenharia. O barulho ficou gradativamente mais alto e sentimos o balanço de toda a estrutura das instalações", contou.
Por medida de segurança, segundo o coronel, as pessoas que estavam na base ficaram do lado de fora das salas, e foi possível sentir o tremor por cerca de 20 segundos. "Balançávamos de um lado para ao outro e perdíamos o contato com o piso", afirmou Tura, acrescentando que, em seguida, foram formadas equipes de resgate aos feridos.
A participação do Brasil na Minustah começou com a aprovação da força de paz pelo Conselho de Segurança da entidade, em 2004, e continua até hoje. Mais de 13 mil militares do país passaram pelo Haiti nesses anos, em contingentes rotativos.
A Minustah foi criada para estabilizar o Haiti politicamente após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide e um período de conflitos internos. O Brasil, que exerceu o comando da força de paz, consolidou-se como líder regional militarmente na América Latina, ao mesmo tempo em que defendia uma reforma no Conselho de Segurança da ONU e a sua possível inclusão.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a participação na missão "contribui para o treinamento das Forças Armadas brasileiras em áreas como segurança, engenharia, assistência humanitária e proteção civil".
Muitos dos militares brasileiros que serviram no país participaram depois na pacificação de favelas do Rio de Janeiro. (Lusa)
Notícias ao Minuto (Portugal)/montedo.com
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